Esta é a segunda parte da pregação que eu encontrei no site Evangelismobiblico.com.br ao lê percebi o quão importante ela é para os nossos dias. Para minha ela fez muito sentido. E espero que também possa fazer para você.
Eu a dividi em vários post, para que ficasse mais fácil a sua leitura.
Esta é a segunda parte. Se não leu a primeira click aqui Leia e medite.
O MAIOR SEGREDO DO DIABO (parte 02)
Por Ray Comfort________________________________
Tradução de Fernando Guarany Jr.
Agora, vocês conseguem lembrar porque o segundo passageiro tinha alegria e paz no coração? Era porque ele sabia que o pára-quedas ia salvá-lo da morte certa. E como crente, como Paulo diz, eu tenho “alegria e paz em crer” (Romanos 15:13), porque sei que a justiça de Cristo me livrará da ira vindoura.
Agora, com esses pensamentos em mente, vamos analisar com cuidado um incidente a bordo do avião. Aparece uma aeromoça novata. Ela carrega uma bandeja com café fervendo. É o seu primeiro dia de trabalho. Ela quer que este dia fique marcado na mente dos passageiros, e consegue seu intento, pois conforme está andando pelo corredor, tropeça e despeja café quente no colo do nosso segundo passageiro. Qual a reação dele ao sentir o líquido fervente queimar a sua pele? Será que ele grita: “Aaaaaii! Que dor!”? Sim, ele sente a dor. Mas será que arranca o pára-quedas e o joga ao chão? Será que ele esbraveja dizendo: “Droga de pára-quedas!”? Não. Por que ele faria isso? Ele não colocou o pára-quedas para melhorar a qualidade de seu vôo. Ele colocou para salvá-lo da morte certa. Por isso, o incidente faz com que se agarre ainda com mais força ao pára-quedas e mal consiga esperar a hora de saltar.
Então, se “colocarmos” o Senhor Jesus pelo motivo correto, isto é, para escapar da ira vindoura, quando vier a tribulação, quando o vôo ficar turbulento, nós não ficaremos com raiva de Deus e nem perderemos nossa paz e alegria. Por que faríamos isto? Não aceitamos Jesus para melhorar nosso estilo de vida: nós o aceitamos para fugir da ira vindoura. Portanto, ao invés de nos levar à ira, a tribulação conduz o verdadeiro crente para mais perto do Salvador. Infelizmente, temos literalmente multidões de pessoas que se professam Cristãos, mas que perdem sua alegria e paz quando o vôo fica turbulento. Por quê? Porque são produto de um evangelho humanista. Estes crentes vêm a Jesus sem arrependimento, sem o qual não há salvação.
Recentemente, estive na Austrália ministrando e... – a propósito a Austrália é um pequeno país na costa da Nova Zelândia – ...preguei sobre pecado, a Lei, justiça, santidade, julgamento, arrependimento e inferno, e não me surpreendi com a quantidade de pessoas que quiseram “entregar seus corações a Jesus”. Na verdade, o ambiente ficou muito tenso. Depois do evento, disseram-me: “Há um jovem rapaz lá atrás que quer entregar sua vida a Cristo.” Eu fui lá e encontrei um jovem que nem conseguia fazer a oração de entrega, de tão desesperadamente que chorava. Aquilo para mim foi muito encorajador, pois, por muitos anos, sofri de “frustração evangélica”. Eu queria tanto que os pecadores respondessem ao Evangelho egocêntrico que eu pregava. A essência do que pregava era mais ou menos o seguinte: “Você nunca encontrará a paz verdadeira sem Jesus Cristo; você tem um grande vazio em seu coração que só mesmo Deus pode preencher.” Eu pregava Cristo crucificado e, só no finalzinho, pregava arrependimento. Quando alguém respondia ao apelo, eu abria um dos meus olhos e pensava: “Ah, não! Esse cara quer dar o seu coração a Jesus, mas há uma probabilidade de 80% de ele vir a desviar-se. Estou cansado de criar desviados. Preciso ter certeza de que ele sabe mesmo o que está fazendo. É melhor que esteja sendo sincero!” Assim, me aproximaria do rapaz com um espírito da Gestapo Nazista. Chegaria bem pertinho dele e diria: “O que você quer?” Ele diria: “Estou aqui para tornar-me um cristão.” Eu argumentaria: “Tem certeza?” Ele responderia: “É. Tenho.”, Eu tornaria a perguntar: “Você tem realmente certeza?”. Ele diria: “É. Podes crer.” “Tá certo, vou orar com você, mas é melhor que você ore com sinceridade, do fundo do seu coração. Agora repita esta oração comigo! ‘Ó, Deus, eu sou um pecador’” Ele dizia: “Ah, é... Deus, eu sou um pecador!” No que eu pensava: “Por que será que não há nenhum sinal claro de quebrantamento. Não há sinal visível de que este jovem possa estar no seu íntimo realmente arrependido de seus pecados” Foi então, que entendi qual era o motivo: ele estava sendo 100% sincero. Ele estava tomando sua decisão de todo o seu coração. Ele sinceramente queria dar uma experimentada neste Jesus para ver no que dava. Já tinha experimentado sexo, drogas, materialismo, álcool. Ele pensava assim: “Já experimentei uma porção de coisas na vida. Por que então não experimentar esse tal de Jesus para ver se Ele é tudo isso mesmo que esses crentes dizem que ele é: alegria, amor, realização, felicidade duradoura.” O jovem não estava ali para fugir da ira vindoura, pois eu não tinha pregado que havia ira alguma por vir! Isso estava fazendo uma falta terrível nas minhas mensagens. O jovem não estava quebrantado, pois ele nem mesmo sabia o que era o pecado. Lembram de Romanos 7:7? Paulo disse que não conheceu o pecado senão pela Lei. Como alguém pode a vir a se arrepender se nem mesmo sabe o que é o pecado? Então, qualquer coisa que nós venhamos a chamar de arrependimento vem a ser algo que chamo de arrependimento horizontal. A pessoa sente remorso por ter mentido para as pessoas, roubado das pessoas, etc. Mas, quando David pecou com Bate-Seba e quebrou todos os Dez Mandamentos de uma só vez – quando cobiçou a mulher do próximo, viveu uma mentira, roubou a mulher do próximo, cometeu adultério, desonrou seus pais e, portanto, desonrou a Deus – ele não disse: “Eu pequei contra Urias” O que ele disse foi: “Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que era mal à Tua vista.” (Salmo 51:4). Quando José foi tentado sexualmente, ele disse: “Como poderia eu fazer tal coisa e pecar contra Deus?” (Gênesis 39:9). O filho pródigo disse: “Eu pequei contra o Céu” (Lucas 15:21). Paulo pregava “arrependimento para com Deus (Atos 20:21). E a Bíblia diz: “A tristeza segundo Deus produz arrependimento” (2 Coríntios 7:10). Então, quando a pessoa não entende que o pecado é primariamente vertical, ela simplesmente conseguirá exercitar arrependimento superficial, experimental e horizontal – e se desviará quando vierem a tribulação, a tentação e a perseguição.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.” Agora, gostaria que vocês fizessem algo incomum. Não vou fazê-los passar vergonha. Dou minha palavra. Mas, gostaria de perguntar-lhes quantos de vocês estavam pensando em outra coisa enquanto eu estava lendo a citação de A.B. Earl. Quero admitir algo para vocês. Eu mesmo estava pensando em outra coisa enquanto lia a citação! Sabem o que estava pensando? “Ninguém está me ouvindo. Eles estão pensando em outra coisa.” Então, para ressaltar um ponto importante, gostaria que vocês fossem realmente honestos comigo. Se você estava pensando em outra coisa e não faz a menor idéia do que A.B. Earl disse, levante sua mão bem alto, bem alto. Geralmente, uns 70% das pessoas levantam a mão. Vamos lá, estamos quase nos 70%. Muito bem, pastor, obrigado, por sua honestidade.
A.B. Earl foi um famoso evangelista do século XIX que teve mais de 150.000 convertidos para substanciar suas afirmações. Satanás não quer que vocês escutem o que eu estou dizendo, então, prestem bastante atenção.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.”
É mais ou menos assim: tente salvar alguém de se afogar quando a pessoa não acredita estar se afogando e veja se ela vai ficar muito contente com você. Você a vê no lago e pensa: “Acho que ela está se afogando. Sim, acho que está se afogando mesmo.” Aí, você pula na água e a arrasta até a areia sem dizer coisa alguma. Ela não ficará muito contente com você, pode ter certeza. Ela não vai querer ser salva até ver que está correndo perigo. Da mesma forma, os pecadores não fugirão da ira vindoura sem antes a enxergarem!
Veja bem: se você viesse a mim e dissesse: “Olha, Ray. Isso aqui é a cura para o Mal de Groaninzin. Vendi minha casa para levantar o dinheiro para comprar esse remédio. Tome. É um presente para você”. Provavelmente eu reagiria assim: “O que? Cura para o que? Mal de Groaninzin? Você vendeu sua casa para levantar o dinheiro para comprar esse remédio? E está me dando de presente? Ora, muito obrigado. Tchau... Esse cara é louco.” Sabe, essa seria provavelmente a maneira como eu reagiria se você vendesse sua casa para comprar o remédio para me curar de uma doença da qual jamais ouvi falar. Ainda mais se viesse oferecê-lo a mim gratuitamente – acharia você muito estranho, acharia que você realmente era louco.
Mas, se ao invés disso, você chegasse a mim e dissesse: “Ray, eu sou médico e você está com o Mal de Groaninzin. Já consigo ver todo os dez sintomas em sua pele. Você morrerá em duas semanas.”, eu me convenceria de que tinha a doença (já que os sintomas eram tão evidentes) e diria: “Oh! O que farei agora?” Nisso, você responderia: “Não se preocupe. Tenho aqui a cura para sua doença. Vendi minha casa para comprar este remédio. Tome. É um presente para você.” Nessa situação, eu não desprezaria seu sacrifício. Ao contrário, ficaria grato e tomaria posse dele. Por quê? Porque, ao enxergar a doença que me consumia, desejei a cura.
Lamentavelmente, o que tem acontecido nos Estados Unidos e no Mundo Ocidental é que temos pregado a cura sem primeiro convencermos da doença. Temos pregado o Evangelho da graça sem primeiro convencer os pecadores da Lei, ou seja, que são transgressores. Como conseqüência desta pregação, que oferece a graça primeiro, quase todas as pessoas que tento evangelizar no sul da Califórnia e no Cinturão Bíblico já “nasceram de novo” umas seis ou sete vezes. Quando digo: “Você precisa entregar sua vida a Jesus Cristo.” A resposta que sai quase que instantaneamente é: “Ah, já fiz isso quando tinha sete, onze, dezessete, vinte e três, vinte e oito, trinta e dois anos de idade...” Na hora, você sabe que o indivíduo não é Cristão. Ele é um fornicador. É um blasfemo, mas acha que é salvo porque “nasceu de novo”. O que está acontecendo? Ele está usando a graça de nosso Deus para dar ocasião à carne. Não reconhece nem estima o sacrifício de Jesus. Para ele, não há nada de mais em pisar o sangue de Cristo (Hebreus 10:29). Por quê? Por que jamais se convenceu de que tinha a doença e, portanto, não é grato pela cura.
A continuidade desta mensagem segue no próximo post.
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